1.12.2009

1.


Estes dias tens passeado comigo.

Temos dançado com os pardais.

Paramos junto ao rio.

Bebemos histórias. 

Mas as palavras não nos matam a sede.

Nunca mataram.


Ninguém saberá...


Nestes dias vestidos de branco, o frio corre.

Tudo dorme.

Nem vale a pena escrever o teu nome.

Ninguém o vai ler.

Não me importo.

Amanhã vamos ao pão juntos outra vez.


Ninguém saberá...


À minha frente repousam as rosas que um dia me deste.

Nas minhas mãos resta ainda o perfume do teu amor.

É profundo.

Não é como as profundezas do mar.

Nem como a ferida que restou.

Não é nada disso.


Ninguém saberá.


A vela vai morrendo e já mal vejo a agulha.

O bordado fica assim por hoje.

Perfumado.

Impregnado.


Até amanhã.

2 comentários:

Anónimo disse...

simplesmente simples

Anónimo disse...

mas o que importa é que o simples pode conter tudo e ir além de toda a simplicidade