1.
Estes dias tens passeado comigo.
Temos dançado com os pardais.
Paramos junto ao rio.
Bebemos histórias.
Mas as palavras não nos matam a sede.
Nunca mataram.
Ninguém saberá...
Nestes dias vestidos de branco, o frio corre.
Tudo dorme.
Nem vale a pena escrever o teu nome.
Ninguém o vai ler.
Não me importo.
Amanhã vamos ao pão juntos outra vez.
Ninguém saberá...
À minha frente repousam as rosas que um dia me deste.
Nas minhas mãos resta ainda o perfume do teu amor.
É profundo.
Não é como as profundezas do mar.
Nem como a ferida que restou.
Não é nada disso.
Ninguém saberá.
A vela vai morrendo e já mal vejo a agulha.
O bordado fica assim por hoje.
Perfumado.
Impregnado.
Até amanhã.
2 comentários:
simplesmente simples
mas o que importa é que o simples pode conter tudo e ir além de toda a simplicidade
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